terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um País de todos... | O PIB negativo de todos | Rombo nas contas públicas (de todos)

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Fonte: http://www.blogdostreck.com.br/ - Porto Alegre, 29.12.2009 - 0h01min

Postado por Adroaldo Streck


Um País de Todos...


É impressionante o que estamos assistindo da parte do governo federal e de algumas grandes empresas nacionais difundindo uma propaganda enlouquecida do Brasil. O governo Lula pode exaltar o que foi feito e o que não foi feito, mas empresas grandes brasileiras veicularem anúncios que só falta assinar com o “Brasil um país de todos”, tenham a paciência, alguma safadeza existe em tão generosa manifestação propagandística.

Duas Empresas


Ao menos duas empresas das que propagandeiam o Brasil, e que só falta assinar os anúncios com a logotipia do governo Lula, estão ganhando os tubos. É só observar os seus balanços com lucros bilionários.

Uma campanha como está sendo feita de valorização do governo e não do país, é algo imbecilizante que pode redundar em uma comoção interna quando as expectativas forem frustradas.

Mas, pergunto, quem com coragem para escrever que está demais à propaganda do pouco ou quase nada que tem sido feito no país pelo governo Lula?

Dando Certo

Para todos os efeitos tudo está dando certo no Brasil, especialmente para os que não se preocupam com atividade produtiva. Porque quem produz alguma coisa e paga religiosamente seus impostos, está numa pior.

Não me venham com explicações do que falam de bem do Brasil no exterior. Este detalhe é favorável só ao governo. E quem pode afirmar que toda a propaganda que chega de fora para dentro não é paga?
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Fonte: http://www.claudiohumberto.com.br/

29/12/2009 11:48

PIB ainda registra queda de 1,3%

O Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica ainda está negativo nos dez primeiros meses do ano. De janeiro a outubro, o indicador registra queda de 1,3% em relação ao mesmo período de 2008. A previsão é que 2009 feche com uma redução de 0,2% ou 0,3%. Pelo lado da oferta, é destaque a variação negativa de 7,9% da indústria. Já pelo lado da demanda, as quedas de 13,4% da formação bruta de capital fixo e de 11,8% das exportações respondem por esse resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no ano.
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Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091229/not_imp488069,0.php

Terça-Feira, 29 de Dezembro de 2009 Versão Impressa


Rombo nas contas públicas cresce 278% e derruba meta de déficit zero
Governo projetava déficit nominal zero para 2010, mas rombo cresceu de R$ 36,4 bi para R$ 137,9 bi em 12 meses


Fernando Nakagawa, BRASÍLIA


Foi para o arquivo a expectativa de a equipe econômica atingir o déficit nominal zero em 2010, último ano do segundo mandato do governo Lula. De outubro de 2008 para outubro passado, o déficit nominal cresceu 278%, de R$ 36,4 bilhões para R$ 137,9 bilhões. Em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o índice saltou de 1,27% para 4,61% do PIB no período.

Em meados do ano passado, com a arrecadação batendo recordes e a crise global ainda restrita a um problema em bancos financiadores do setor imobiliário dos EUA, a equipe econômica anunciou, mais de uma vez, a intenção de levar as contas a atingir em 2010 o déficit nominal zero, isto é, com receitas suficientes para cobrir todas as despesas públicas, inclusive gastos com juros da dívida. Em novembro de 2008, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, chegou a dizer que a meta - ainda que informal - poderia até ser atingida "antes de 2010".

"Os resultados de 2008 mostram que o País está caminhando para o déficit nominal zero, e o resultado pode ser atingido antes de 2010", disse Augustin após uma audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso. De 2007 para 2008, ante o ritmo da evolução da saúde fiscal, até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alinhou-se à ideia que ele criticara anos antes, no início do governo Lula, quando o assunto foi discutido pelo então ministro Antonio Palocci, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e pelo ex-ministro Delfim Netto.

O MENOR DA HISTÓRIA

Há pouco mais de um ano, em outubro de 2008, as contas públicas não haviam sentido o impacto brutal da crise financeira, que ganhara proporções globais. Naquele mês, o Brasil apresentou o menor déficit nominal da história: o equivalente a 1,27% do PIB no acumulado em 12 meses. Isso quer dizer que o setor público economizou dinheiro, pagou todos os compromissos e juros da dívida e as contas fecharam com déficit de R$ 36,4 bilhões em um ano.

Pode parecer muito, mas o governo comemorava a cifra porque o crescimento da economia - que aumentara a arrecadação de impostos - reduziu o rombo à metade, já que em outubro de 2007 o buraco era de R$ 73,3 bilhões, ou 2,85% do PIB. No início daquele mês, Mantega disse que havia possibilidade de o Brasil atingir o déficit nominal zero a partir de 2010.

Com o gasto público em ritmo acelerado nos últimos meses, o objetivo deve ser postergado em pelo menos cinco anos, dizem analistas. O efeito da turbulência global sobre as contas foi nefasto: pouco mais de um ano após o agravamento da crise, em outubro passado, o déficit nominal já somava R$ 137,9 bilhões, 278% mais do que um ano antes. Diante do impacto da crise na arrecadação e bem antes do resultado das contas no trimestre passado, Mantega admitiu: "Teremos de esperar um pouco mais (para atingir o déficit nominal zero)".

"As contas públicas foram afetadas porque a receita diminuiu pela menor atividade econômica, o que reduziu a arrecadação de impostos. Ao mesmo tempo, o governo passou a tomar medidas para amenizar o efeito da crise e, por isso, começou a gastar mais e a desonerar impostos", diz o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto. "As desonerações não são ruins, mas houve uma mudança no perfil do gasto com aumento do valor destinado ao pagamento de pessoal e custeio. Esse é um gasto que não tem como reverter."

"SÓ EM 2016"

Para Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria, o Brasil perdeu pelo menos meia década de esforço fiscal. "O déficit nominal zero só vai, agora, ser atingido em 2016, nas atuais condições da economia", afirma Salto. "Se o governo fizer reformas estruturais, será possível acelerar a obtenção dessa marca. Mas, se as bases continuarem as mesmas, será difícil antes de 2016." A previsão é reforçada por Campos Neto: "No mínimo, serão cinco anos para atingir o déficit nominal zero".

Salto avalia que a equipe econômica fez escolhas equivocadas na crise, como o aumento das despesas correntes - salários de servidores públicos e Previdência Social. "Se o governo tivesse usado a maior parte da redução do superávit primário para investir em infraestrutura, o cenário seria muito mais benéfico porque daria espaço para a economia continuar crescendo sem pressão inflacionária. Mas foi feito o contrário."

No governo, o tema é tratado com discrição. Para a equipe econômica, o tema saiu da pauta porque a situação exigia medidas anticíclicas e, agora, não existe prognóstico sobre quando esse nível deve ser atingido. O uso de metas flexíveis de superávit primário e a mudança de governo em 2011 deixam o tema "congelado" até que haja um cenário mais claro sobre como será a recuperação brasileira em 2010 e nos anos seguintes.
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