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Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/
Postado em 23.11.2009 14h09m
A sessão parlamentar está aberta
O rastro de destruição deixado pelas chuvas na região de Cumbria, noroeste da Inglaterra, é hoje uma das maiores preocupações do governo britânico.
Um presente de grego que chegou poucos dias após a abertura dos trabalhos do Parlamento.
Uma das cerimônias mais tradicionais do país, “The State Opening of Parliament” acontece há mais de 500 anos e relembra a união das três partes que constituem o governo: Coroa, Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns.
Muito popular por aqui, o evento atrai uma multidão de ingleses e curiosos que passam horas aglomerados na esperança de ver, nem que seja por um segundo, a personagem principal do país: a rainha Elizabeth.
Quanto a mim, preferi não encarar o frio e assisti a tudo pela tv, no aconchego do sofá.
Cheia de pompa, a cerimônia fica mais interessante quando a carruagem da rainha Elizabeth sai do Palácio de Buckingham e segue escoltada pela cavalaria real até Westminster.
É verdade que mal pode-se ver a pequena senhora acenando lá de dentro, mas o rosto dos súditos que vão ficando para trás mostram satisfação: God save the Queen!
Chegando ao Parlamento, a rainha veste o seu robe real e põe na cabeça uma bela coroa. Coroa que, vale a pena dizer, chegou lá numa carruagem exclusiva.
E é do trono localizado na Câmara dos Lordes que a rainha Elizabeth faz o seu discurso, no qual consta a próxima agenda legislativa a ser seguida.
Entre os principais temas do texto estão os efeitos da crise financeira, o serviço público de saúde, segurança e mudança climática.
Além da alta tecnologia utilizada na transmissão impecável da abertura do Parlamento, as emissoras de tv investem também na qualidade dos convidados que comentam a cerimônia.
Historiadores, sociólogos, economistas e jornalistas aproveitam cada minuto do evento para rever a sessão legislativa passada e cobrar as promessas não cumpridas.
Segue-se um debate objetivo e pragmático. Uma conversa direta e sem rodeios.Uma cobrança por resultados.
Deu para ver que para os ingleses, tão importante quanto manter a tradição secular é saber se os seus representantes trabalham duro para resolver os problemas do país.
Mariana Caminha é formada em Letras pela UnB e em jornalismo pelo UniCEUB. Fez mestrado em Televisão na Nottingham Trent University, Inglaterra. Casada, mora em Londres, de onde passa a escrever para o Blog do Noblat sempre às segundas-feiras. Publicou, em 2007, o livro Mari na Inglaterra - Como estudar na ilha...e se divertir fora dela.
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comento: Dois desafios para nós: (1) retomar nossa tradição secular e (2) procurarmos saber se nossos representantes trabalham duro para resolver os problemas do Brasil.
Na república de 120 anos que sofremos, nenhum desses desafios pode ser ser vencido. No Império do Brasil, sim, com toda a certeza.
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